Em meio a atritos com o ministro da Defesa, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, convocou uma nova reunião com membros da Comissão de Transparência Eleitoral. A agenda será no dia 20 de junho, por videoconferência, e também incluirá membros do Observatório de Transparência Eleitoral, colegiado com cerca de 40 instituições que atuam na área, algumas, inclusive, como fiscalizadoras das eleições.
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A convocação ocorre depois que o Ministério da Defesa enviou um oficio a Fachin no qual pediu a publicidade das sugestões feitas pelas Forças Armadas ao processo eleitoral deste ano. Essas sugestões foram apresentadas no âmbito da Comissão de Transparência Eleitoral. Nesta segunda-feira, o TSE atendeu à solicitação e tornou públicas as demandas dos militares, que foram rejeitadas pela corte.
Após o documento enviado pelo ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, a Fachin, parte dos integrantes do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) passou a criticar a conduta do militar. Na avaliação de magistrados, as Forças Armadas querem usar a Comissão de Transparência Eleitoral do TSE “em busca de protagonismo nas eleições”. Alguns ministros defende que Fachin conclua os trabalhos do colegiado, mas o presidente da corte eleitoral não sinalizou que adotará essa medida.
Uma ala do STF e do TSE avalia que o governo Bolsonaro pode tentar se utilizar do encerramento das atividades da comissão para fazer mais ataques ao sistema eleitoral e levantar suspeitas infundadas sobre a segurança das urnas. Bolsonaro segue dobrando a aposta quando aborda o tema. Em sua última live, ele voltou a atacar as urnas e externou a intenção de fazer uma auditoria no TSE antes das eleições.